sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Biel, eu quero ser Jesus!

Não há como negar que uma conversa entre crianças te ensine muita coisa.
Não dá pra não perceber também algumas coisas engraçadas...

Como somos vários irmãos, e os mais novos têm 4 (Babi) e 6 anos (Biel), às vezes escutamos algumas coisas curiosas...

Neste último post de 2010, eu retrato uma cena engraçada:

As duas crianças estavam jogando "futebol" no quintal da casa quando a mais nova diz que quer ser "Jesus".
- Biel, eu quero ser Jesus!!
- Não tem "Jesus" no futebol!! - ele respondeu
- Tem sim, e você não deixa eu brincar! - começa a intriga e leve choro
- Claro que não, você não entende nada de futebol...

E assim, curiosamente, perguntamos o que esse tal de Jesus estaria fazendo em uma pelada amadora...

A resposta foi a mais sensacional de todas:
- Jesus é aquele moço que apita o jogo!!

Hahahahahahahaahah

Era pra ser "Juíz".
Mas a gente releva...

E de tantas coisas positivas, tantas pessoas interessantes que passaram no estúdio esse ano, todas elas me ensinaram alguma coisa, me trouxeram energias importantíssimas para os trabalhos saírem como esperado.

Ontem fiz minhas últimas tattoos de 2010 com a felicidade e a certeza de que dei o meu melhor e que estou um passo à frente (falo mais sobre isso no meu site www.diogotattoo.com.br).

Bora trazer histórias interessantes e novas energias para o ano de 2011, que, segundo orientais, vai ser de fartura.

Não desistam dos objetivos para o ano que está chegando!
Se quer aprender, estude.
Se quer emagrecer, persista.
Se quer um emprego novo, conquiste.
Se quer um amor, a sorte de encontrá-lo.

E a gente vai seguindo, da maneira que acredita ser a melhor..
Com a ambição natural e a vontade de crescer, mas com os pés no chão.

"Os pés, eu gosto que fiquem no cão.
Mas a cabeça... Ah, essa eu gosto que "avoe"!"


Feliz ano novo!


Abraços enérgicos.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Erva

Erva pra lavar, erva para oferenda
Erva pra aromatizar, erva pra vender na tenda
Mas cuidado com a erva que você pode comprar
Às vezes o que querem mesmo é te enganar

E se, por um engano, não for pra aromatizar
Use com moderação, senão a polícia vai te pegar
E daí, não há solução, vai ter que acatar
Ainda mais se você for meio esquisitão, é um pega-pra-capar

Mas há erva pra acalmar, um chá de cidreira ou erva doce
Faz com que liberte toda a paciência de um monge
E há ervas pra cozinhar, essas são mais fáceis de encontrar
Coloca em qualquer comida, fica chique e te julgam "chef"

A erva que enaltece o incenso, a erva pra enfeitar
Desde os primórdios era moda, não há como negar
"Erva", a mulher de "Ardão"
Comeu a maçã e desceu até o chão

Mas quem disse que foi só a maçã que lhe fez assim?
Dizem que foi erva, aromática, diga-se de passagem
Ao sentimento que se escondia, nos desejos calientes
Mas não é qualquer erva que aumenta a libido da gente

E se, por algum motivo, você não gostou
Nada posso fazer a não ser te recomendar
Um chá de ervas pra você acalmar...



Abraços do Éden.


P.S. Eu não reviso os textos, qualquer erro de português, ignore.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Descontrole!

Após aquela comilança e bebânça de festa natalina, cá estou eu a filosofar sobre o mundo...

E desta vez o tema é o "descontrole".

Entra ano, sai ano, e a gente teima em achar que está no controle de tudo.
Não conseguimos entender nossa "pequeninice" e nossa distante capacidade de entender o que julgamos saber e achamos mais fácil que andar para frente.

Acho engraçado em como a falsa sensação de "poder" que o ser humano exibe a cada atitude o leva a crer piamente que está sentando em um trono e controlando cada passo que o mundo a sua volta dá.
Achamos que os fatores da natureza são controlados facilmente, como em uma conta matemática, onde
2 + 2 = 4.

É como acreditar que pode-se interferir na morte, pode-se clonar um corpo e nele colocar a mesma vida ou que controla-se seu destino através das cartas e números.
É como congelar-se e acreditar que a vida pode voltar daqui 100, 200 anos....

Esqueça toda e qualquer discussão religiosa, espiritual ou política.
Sobre futebol então, nem ouse me perguntar. Péssima referência, péssimo torcedor.
Todos temos algum tipo de superstição, por mais besta que seja.
E elas funcionam como amuletos, tal qual os santos.

No meu ponto de vista, os santos são isso: amuletos nos quais você se apega, acredita e, devido à energia que faz girar em torno de você, consegue motivação pra correr atrás do seu objetivo e conquistá-lo.
Mas não houve nenhuma "mão santa" ou alguma força divina por trás disso.
Apesar de não podermos controlar tudo, como pensamos, dê valor para as suas conquistas.
Entenda que elas foram por merecimento próprio.

E de que adianta acharmos que entendemos de tudo e que estamos no controle, se o amanhã não conhecemos?

Aqui vai o trecho de uma música do Lenine, que eu gosto e que traduz tudo o que eu disse, praticamente:

"Solidão, no silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus, e amanheço mortal...

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro, afinal?"


Descubra o que você procura.
Encontre o que você deseja.
Faça o que você gosta.

Mas lembre-se: assuma o controle do seu descontrole.

Abraços descontrolados.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ah, Noel.. Da cá um abraço!

Esse Papai Noel é uma figura...
Sempre imagino que ele deva ter uma Harley Davidson e que deixa suas barbas esvoaçarem por aí, estrada afora.

Aliás, se ele entregasse presentes para as crianças com uma "estradeira" iria ser muito mais interessante.
Geralmente essas datas não me comovem, não me motivam tanto igual a quando eu era criança.

A mensagem que "dizem" ter sobre o natal acaba virando desculpa pra comprar mais presentes e, há muito já foi esquecida...

E quanto aos presentes?
Putz, eu nunca peço presente. Nunca mesmo.
Mas acabo ganhando alguma coisa.
Aliás, já ganhei o meu, a camiseta mais legal que eu já tive!!!

Presente de namorada... sabe como é...

Ok, nesse natal, excepcionalmente, acabei pedindo um travesseiro.
De tanto que minha mãe me encheu o saco que queria me dar alguma coisa.
Bom demais...
O meu antigo assemelha-se com uma folha sulfite tamanho A4...

Mas Natal tem que ter comida boa, e não pode ser esquentada no microondas, claro.
Ai a comoção é geral, me comovo inteiro.
Nem aguento de tanta comoção.
Meus olhos lacrimejam e meu estômago clama.

E você pode forrar o danado com uisque.
Aí já era e as coisas fluem como nunca...

Mas caso você tenha um olho maior que a sua barriga, pode mandar aquele Sonrisal ou Pós Drink após o jantar. E o Engov antes de começar.

Cuidado com o peru e ria à vontade.

É assim que tem que ser...

Um ótimo natal a todos aqueles que comemoram porque é legal ou que comemoram por motivo religioso ou só quer mesmo é ganhar presente, beber e comer a noite toda.

Semana que vem a energia é total.




E que o bom velinho te traga felicidade, saúde, energia e proteção.
Além de um bom vinil de ROCK'N'ROLL!!!!!!!!


Abraços Jingle Bell.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Entre o microondas e a passagem do ano

Agora, 00:29hs, acabei o último trabalho do dia faz meia hora.
E estou aqui, exausto mas feliz.

Feliz por encontrar pessoas tão interessantes ao longo do dia, e dispostas para uma boa conversa durante as sessões de dor.


É, tatuagem dói. Mas vale a dor.

O pão esquenta na frigideira.
Me lembro da minha fobia por microondas.
Eu não gosto. Eu não uso.
Mas tenho, ganhei de um amigo.

Acho, na verdade, uma desgraça.
Qualquer coisa que você coloca lá, parece que esquentou do além.
Gosto do sabor da panela no fogão, mesmo que seja pra torrar o pão de forma.
É praticamente uma invenção alienígena. Minha mãe gosta.
Mas acha que qualquer coisa que estiver próximo ao pequeno forno pode explodir.
Lendas urbanas... acho. Eu não uso, então não vou me arriscar dizendo pra você usar.

Cuidado.

Tirando os mil botões que o microondas têm, hoje ouvi mil causos.
A exaustão que me toma o ombro e a mão é quase um prazer.
Prazer de missão cumprida.
De mais um ciclo chegando ao fim e você ter a certeza de que deu o seu melhor.

Ouvi causos engraçados.
Entre eles, eu mesmo contei um meu.
Não aguentamos de risada. Qualquer dia conto aqui.

A manteiga derrete no meu pão de forma e a chuva aperta lá fora.
O sono provavelmente vai demorar pra chegar, mas o que importa?

A passagem do ano vem chegando e, apesar de eu ser bem desligado para a relação "tempo-data", sinto que o ciclo de 365 dias é importante.
É hora de você entender que o tempo pode ser um aliado.
Se fez mal neste ano, pode melhorar no outro.
Se fez bem, faça mais no ano seguinte.

Os anos e datas definem a chegada de nossos objetivos.
Temos que ter visões para o futuro, ambições e idealizações.
O que nos move é o desejo.

Isso, o combustível do corpo é o desejo.
O combustível da alma, se esta existir, é a realização.

Você usa o corpo como veículo pra chegar lá.

É algo quase que automático, mas transcendental.
Estou sentado aqui na cozinha e sinto isso

Emocionado.

E cada dia que acaba, você tem que sentir que a missão está cumprida.
Se não, que ao menos esteja a caminho de se cumprir. 
Que se está um passo adiante.

Mas nunca, nunca mesmo, esquente a sua comida no microondas.



Abraços e felicidades.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Perca peso!

Eu sempre fui uma criança gorda.
Bem gorda.

Não parece e ninguém que me conheceu depois dos 16, 17 anos acredita.
E eu não vou ficar colocando fotos escrotas de antes e depois para encher os olhos de vocês, de medo ou de motivação, que seja.

Como vocês sabem ou podem imaginar, uma criança gorda sofre desde cedo com preconceito. Para as crianças, não há perdão. Se você é diferente por alguma razão, ou tem alguma "dificuldade" física ou mental, eles irão te apontar isso na cara. E não há nada a se fazer.

Ou você entra na brincadeira, ou se revolta, ou muda, se possível for essa mudança.

Como minha família achava que me alimentava mal, dá-lhe comida.
E a minha ansiedade juvenil, que se estendeu aos dias de hoje, colaborava.

O preconceito puro e toda a exclusão que você carrega por um simples e imbecil fato de ser diferente me tornou alguém muito mais forte. Na solidão eu me fiz e é nela que hoje me concentro e faço os melhores trabalhos que eu posso, é de onde surgem as melhores idéias.

No meu isolamento, por exemplo, eu aprendi a tocar vários instrumentos e comecei a escrever.
O desenho viria mais tarde na minha vida..

Mas só fui tomar coragem mesmo pra mudar aos meus 14, 15 anos. Foi quando comecei a virar o jogo.

No começo, é como você ser um sedentário por 40 anos e começar a treinar para uma maratona de triatlon.
Você sofre muito para se dedicar, e precisa aceitar isso se quiser "pegar" alguém nessa idade.
Dá-lhe academia, dieta e paciência. Puta coisa chata. Mas eu me adaptei.

Virar o jogo nessa situação acho que foi minha segunda maior conquista.
A primeira foi me apresentar com música.
Às vezes com piano, com o violão ou a batera.

E assim foi até que, hoje, tenho o mesmo peso que eu tinha em 1999.
Ou seja, o peso de um adulto em uma criança. Era foda.

Mas o engraçado de tudo isso é que quando você cresce, carrega todos os traumas e alegrias com você.
Eu, por burrice, deixo de comer várias coisas ainda hoje. Parece que ficou na minha cabeça uma época da qual eu não quero lembrar, talvez seja pra sempre.

E talvez pelo mesmo motivo, amor e ódio sempre foram tão cúmplices no meu coração.

Há épocas em que o amor permeia meu coração e dá o ar da graça. Tempos de piadas, textos engraçados, músicas esdrúxulas, porralouquice.
E há tempos em que o ódio toma conta dele. São tempos estranhos, de não aceitação própria ou de nada.

Mas em ambos, me inspiram arte.
A minha arte lida bem com os dois amigos e eu sinto que são grandes companheiros.
Cada trabalho se adequa ao perfil certo, ao momento.

E eu acho que toda experiência é válida.

Mas por que raios eu digo isso? Por experiência própria?
Pra realçar minha superação?

Não. Mas pra mostrar que somos capazes de fazer qualquer coisa em que nos dedicarmos e que os momentos ruins nos fazem fortes e dão o apoio necessário para evoluirmos.

Muita gente que tirou sarro do meu "peso-extra", hoje não vai nada bem.
Será que eu dou risada?

Ah, vou mesmo é comer e babar como criança. Na cara deles.
Pra não perder o costume...


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Uma boa conversa

Eu gosto de uma boa conversa.
Seja com quem eu conheço ou não.

É engraçado, acho que eu tenho cara de "boa conversa".
O número de desconhecidos que vem falar comigo em filas de espera, banco, médico, padaria, academia e outros vários lugares (imagináveis ou não), é grande. E na maioria das vezes o assunto não é tatuagem.

Acho interessante.

Conheci histórias, vidas e casos diversos, a conversa flui naturalmente e parecemos antigos conhecidos.
Hoje, por exemplo, logo cedo fui ao médico por causa das dores na mão direita. Acho que o excesso de tattoos de fim de ano, desenhos e alguns abusos na academia (complexo de Shuazeneger) por meses consecutivos me fizeram ter problemas.

Mas enfim, novamente fui abordado por uma senhora, que sentou do meu lado.

Fiquei sabendo que era sua segunda vez ali, que antes havia tratado outro problema com fisioterapia.
Ela me disse também que não achava vaga pra parar o carro. De repente saiu. Voltou dizendo que conseguiu a tal vaga. Perguntou o nome do médico que ia me consultar, eu disse.
Fiquei sabendo que ele era bom e que tinha tratado dela antes, mas que ela sempre se esquecia do nome do doutor. Me falou que seu problema era de tanto escrever (e acabei não conseguindo perguntar se era escritora") mas que, mesmo aposentada, ia continuar trabalhando para não ficar em casa vendo televisão (descobri que tínhamos a mesma fobia de TV).

Apito de senha. Hora dela partir para mais uma sessão de fisioterapia. Uma rápida despedida. Talvez nunca mais a veja... Mas ela deixou ali alguma mensagem, alguma coisa que eu pudesse absorver, por mais simples que seja.

Entre outras pessoas que me abordam, a conversa geralmente é breve, mas os assuntos são muitos. Já fiquei sabendo dores e alegrias da vida...
São sempre uma inspiração, para criar, desenhar, escrever, compor, enfim, para a vida.
Essa senhora de hoje me inspirou a escrever em plena luz do dia, antes de começar os trabalhos desta sexta...

A cada conversa, uma experiência. Cada experiência, uma forma nova ou diferente de enxergar o que você antes já podia não dar tanta atenção. É por isso que não uso fones de ouvido.

Aliás, quando sair de casa da próxima vez, por que não deixar os fones de ouvido guardados?
Você pode se surpreender com a vida...

E mesmo que você vá trabalhar amanhã, como eu, um fim de semana cheio de satisfação.

Abraços tatuados para aqueles que gostam de uma boa conversa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Muy Sensual

- Olá, Mr. Jones.
- Olá, Sta. Doralice...

(longa pausa)

- Passeando?
- Não, não, a trabalho mesmo.. Vim aqui para o bar pra ver se eu descanso um pouco..
- Quer uma massagem?
- Como assim, Dora, e o Agenor? Não ia gostar disso...
- Me separei.. ele não prestava. Como a maioria - disse dando uma tragada longa no cigarro e apoiando a mão livre em seu ombro direito.

- Me vê mais duas doses, por favor.

Whiskey rolando solto. Com um pouco de guaraná.
Só um pouco, que é pra não perder o efeito alucinógeno.

- E você, Dora, o que faz aqui? - disse Jones tentando fumar, mas lembrando-se que há muito não tragava. Tossiu ridículamente.
- Ah, eu ando estudando, artes..
- Artes?? Não me lembro de te ouvir falar de "artes" uma só vez na vida!! Só fazia arte, da boa... Mas nunca levou jeito para o mundo artíscico.. o que te fez estudar isso, mulher?
- A vida, Jones... A vida!

As formas iam se formando em curvas.
Qualquer forma virava uma curva feminina para Jones...
Ah, Jones... Mal sabia ele que não era só mais uma bebericada ou uma tragada...

Começou uma música "para casal". Jones tirou Dora pra dançar.
Mais bambeou que dançou. Se entregou, literalmente, aos braços de "Dorinha", a menina do beijo na moita...
Por muito tempo Jones ficou com ela na cabeça, mas a vida o fizera esquece-la.

Mas isso não vem ao caso.
Jones enxergava em 3D, Dora não ficava para trás.

A conta.
O pedido da conta é crucial.
"Fechou, pagou, catou", pensou Jones.. (com o resto de cérebro funcionando, que lhe permitia alguns cálculos, mas sem abusar).

Um passo pra lá, outro pra cá. Trançando iam se ajudando.
No elevador-moita, já se entendia o que ia acontecer dali em diante.
Beijos, amassos, marcas de batom pelo elevador inteiro.

E o apartamento era no 12º andar, pra ajudar...
O elevador tocava Bob Marley (o que não fazia um clima muito romântico, nem sensual).

A entrada foi triunfal, se filmassem, Hollywood compraria.
Tudo para o ar.
Pernas, braços, gravata, vestido, sapato, relógio e a pulsação.

Nunca um momento de "silêncio" fora tão bem apreciado.
Eram artistas de cinema, eram eles mesmos.

A selvageria confundia-se com a saudade, os primos Dora e Jones...
Tiravam o atraso de anos....

E foi assim a noite toda.....

Logo cedo, o efeito do álcool parecia ter sumido de vez da cabeça de Dora.
Levantou-se da cama, abriu a bolsa.
Jones dormia e babava. Ah, e roncava pra cacete...

Tirou de lá sua dose, matou a vontade.
Tirou também o revólver, caminhou em direção ao banheiro.
Foi se olhar. Chorou, como criança, chorou...

Era como se nunca tivesse visto aquele rosto antes, era como se nunca houvesse "pecado" em sua mente.
Se é que eles existem...

Do revólver, a dúvida.
Da dúvida, a solidão.
Da solidão, o basta.

Já não sabia mais quem era, a palpitação a arrasava o coração e não sabia se deveria ou não.
Caminhou até Jones. Em passos lentos.
Mirou. Para ele.
Para ela mesma.

Guardou a arma.

Voltou a se deitar.

É, talvez fosse a melhor escolha...
Ah, essa Dora....


Abraços poéticos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Qual é o seu preço?

Cada vez mais que conheço o ser humano, mais me arrepio.
De emoção, de alegria...
Mas infelizmente, em grande parte dos casos, de agonia.

Eu vejo tanta gente reclamando da política, dos políticos, que o país não vai pra frente e que "é tudo ladrão" e querem que a gente se f#@*!

Mas e a sua parte?
Até que ponto você não é corruptível?
Qual é o seu preço ou por quanto você fica calado?

Dizem que todos te um.
O meu não é pouco, me desculpe se decepcionei.

Mas ando vendo tanta coisa errada no mundo e nas pessoas, tanta sujeira, tanta gente que "diz que diz" e não faz nada pra melhorar.
Comecei um projeto de não falar mal dos outros, principalmente na ausência dos mesmos.
Esse projeto foi difícil no começo, hoje flui melhor, mas não remôo as coisas, quando precisa eu falo.

Só nessa semana vi vários casos "corruptíveis" que me deixaram sem reação e me trouxeram decepção com diversas pessoas..

Primeiramente, a corrupção dos policiais, acabam nos forçando a "fazer você mesmo a sua segurança" ou "pague pra se livrar de algo que cometeu". Você paga?

Todos sabem que os estacionamentos de semi-novos alteram a quilometragem dos carros, mas tiram seu dinheiro quando ele entra. Todo mundo sabe, todo mundo vivencia isso. Mas não há provas..

E as pessoas que compram diploma ou certificado, passam na frente dos mais capacitados, dos que "deram seu sangue" para estar ali fazendo aquilo tudo valer. Que profissionais estão saindo por aí? Você confia nos profissionais da sua geração?

Você joga lixo na rua e reclama por seus direitos? Ou teme que o aquecimento global estoure seus miolos?

Se você sai, bêbado da balada, atropela um trabalhador e foge (a mandado de seu pai, ao telefone, pois ele tem dinheiro, é influente e isso será facilmente resolvido), vai reivindicar seus direitos pra quem, se um ente querido morrer da mesma forma?


Você me paga, eu finjo que não vi nada, ok??
Você tira vantagem, meu dinheiro e eu encaro numa boa, ok??
Você passa na frente das pessoas por ter mais dinheiro, ok??
Você atropela e tira a vida de alguém e foge, ok??
Ok é o cacete.

Se você concorda calado e pratica alguma dessas coisas, é CUMPLICE, é OMISSO.
E o pior, HIPÓCRITA.

O país não vai pra frente mesmo, nem merece.

E na classe artística?? Ajuda ou SUSTENTA essa palhaçada?

Lembram da campanha do Rio de Janeiro??
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília fez um excelente texto sobre isso:
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/eu-ajudei-a-destruir-o-rio

Vou na mesma onda de Sylvio e vos peço, caso admitam serem omissos e corruptíveis:
Façam um adesivo e colem em seus carros:

"Eu ajudo a destruir o Brasil!!!!"

NÃO SE OMITAM.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Reality Show

Se você já leu o texto sobre o Rio de Janeiro, vai entender melhor a frase "quero vomitar na cara deles".

Putz, eu faço de tudo pra não parecer "chato" ou "quadrado", mas paciência tem limite. E o limite é menor quando o assunto é "Reality Show".
Tenho amigos que gostam (alguns assumem, outros não, mas são amigos mesmo assim) e os que não gostam, isso não faz deles pessoas horríveis, ok?

Mas daí até o ponto em que EU tenha que gostar, existe um espaço de anos-luz.

Eu hj de manhã vi no Uol a saída de uma integrante do "A Fazenda", que passa na Record.
Deprimente. Não é uma crítica a ela, a tal da Janaína que saiu, mas uma crítica ao "sistema" desse e de todos os outros programas de reality.

Quando fiquei sabendo que o Tico Santa Cruz, polêmico que só, estaria no reality da Record, achei que pudesse ser interessante e que veria muita treta na tv. Realmente, nos vídeos que eu acompanhei no YouTube, achei SENSACIONAL o "Judaix" e o "Seu mérrrda". Queria ver é pancadaria.
Mas tanto ele quanto o JUDAIX, se saíssem na porrada, perderíam o jogo, pelo que entendi.

Logo após isso, vi na net que ele, o Tico, tinha sido eliminado. Aí lembrei que o malandragem pura Sérgio
Malandro estava lá tbm e que havia reinventado o modo de se usar uma esteira, alegria pura ao fazer exercícios. Mas foi eliminado. CADÊ A GRAÇA ENTÃO???

Continuo entendendo como funciona a cabeça do telespectador de reality brasileiro (não é uma crítica aos brasileiros, mas é por eu conhecer pessoas daqui, e não de outro país). Basicamente se dividem entre os que gostam da vida alheia de desconhecidos, os que gostam da vida alheia de famosos, os que gostam de bundas grandes e os que gostam de tretinhas por bobagens.

Eu assisti e acompanhei o primeiro BBB que saiu na Globo.
Diria que, pelo fato de um Campineiro ter ganhado, achei legalzinho.
Além disso, teve aquela boneca feita de reciclagem, se não me engano, chamava "Maria Eugênia".
Ok, mas daí pra fazer isso por 11 anos consecutivos? É muito ócio. E nada criativo.

Confesso que não acredito no "acaso" dos ganhadores e nem no voto a júri popular, mas daí até eu provar, não existe nenhum argumento válido.

Mas quer saber o que incomoda mais mesmo? É o fato de esses programas não significarem NADA, NADA mesmo. Os caras não tem que fazer nenhum esforcinho pra se manter lá (é por isso que eu gostei das edições do "No Limite"), as provinhas são ridículas e as tretas são insignificantes.

Se é pra tretar, "rebenta" e solta o verbo. Oras.

Eu me sinto assim ao assistir um reality show, hoje: não me acrescenta nada, eu perco meu tempo, os caras que "guiam o programa (tipo Pedro Bial) tratam os telespectadores como babacas (e os participantes também), os artistas que saem de lá (tirando a Grazzi Massafera, que se tornou uma atriz INCRÍVEL, além de ser um rostinho lindo na tv) ficam taxados de "ex-bbb" e vão, tristemente a festas e badalações a fim de serem reconhecidos, até caírem no esquecimento e o pior de tudo, eu não estou ganhando nada e nem concorrendo ao prêmio principal. Pode?

Ah, e eu nem vou falar de quem compra Payperview pra ficar acompanhando todos os detalhes, senão eu xingo.


Desabafo.

Quem vai encarar mais um BBB?
Eu não.

Abraços tatuados.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Querer bem

Sempre observo as pessoas, suas reações e o jeito como lidam com suas situações diversas.

Ontem fui ao shopping, que por sinal já mostra sua explosão natalina, e o movimento dos carros no estacionamento me fez pensar.

Eu estava esperando a passagem para poder entrar na fila que ia em direção à cancela de saída. Os dois primeiros carros viraram praticamente um só, colando-se e bloqueando minha passagem. Ok, acho isso coisa de gente babaca pra kct, assim como quem coloca aquele som que dá pra ouvir há 10km de distância e o imbecil fica surdo lá dentro, achando que tá legal (e parece que é regra, se você tem um som desses, a música que sair dele TEM que ser ruim, observe)... mas vamos lá.

(Prometi pra mim mesmo que nesse ano não iria mais me estressar com coisas pequenas. Deu certo. 2010 eu passei por várias situações numa boa, mas ainda há muito a ser trabalhado)

Não sou monge. O carro seguinte me deu passagem.
Sempre que acontece isso, faço questão de agradecer. Dou uma buzinada, aceno ou sei lá o que.

Mas por que raios eu tô falando tudo isso??

Pelo simples fato de, no trânsito, você perceber como nos tornamos hoje.
Não há, parece, mais o "querer bem", o "compartilhar".
E quando aparece alguém solicito que se prontifica a te ajudar, parece interesse.
Pode observar que sempre tem alguém tentando tirar vantagem, ultrapassando por onde não pode, cortando aqui e ali e o pior: batendo, atropelando e FUGINDO depois.

Mas foi incrível ontem no estacionamento, entenda porque:

Depois que me deram passagem, eu dei passagem para o próximo carro, que deu passagem para o que estava na sua frente e assim seguiu, como uma onda de passagens até o fim da cancela.
TODOS os carros a minha frente deram passagem para quem precisava entrar na fila.
(tirando os malandragens que colaram seus carros pra não me deixar passar).

Parece inútil o que eu to falando.

Mas se você for ver, é tudo uma questão de EXEMPLO.

Se você quer ser bem tratado, está tratando bem?
É como um jogo. Mas não de interesses.

Recentemente vi na internet um vídeo, que pode sintetizar tudo isso que eu disse: Você transmite aos outros o que reflete em você. Pode ser um sorriso. Já basta.


http://www.youtube.com/watch?v=-Hc1kFvUTT4


E eu estou muito calmo, ultimamente, obrigado.
Abraços e sorrisos de cancela de shopping.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ah, Marylin, pára com isso....

Em um domingo qualquer...







Um ótimo final de semana...
...pra todos aqueles que acreditam que a vida pode ser muito mais divertida...


Abraços Tatuados

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Do you love Rio de Janeiro?!? Sei não...

Guerra. Essa foi a verdadeira palavra (e continua sendo) para definir o que acontece no morro do Rio.

Nessa semana do combate às redes de tráfico do Rio de Janeiro, a união das milícias e o trabalho foi fundamental e sensacional. Só mesmo uma ameaça e uma crise para que algo se mova no país. E esperemos que continuem assim.

Só duas coisas me preocupam: Os artistas fazendo campanha "I love Rio" e o destino das toneladas de drogas apreendidas.

Pensemos.

Os artistas, principalmente os "globais", estão defendendo à unhas e dentes o movimento que refere-se ao amor pela "cidade maravilhosa". E?
Eles aparecem quando querem falar que a cidade é isso, é aquilo, que você deveria visitar e que morar lá é sensacional, o melhor lugar do mundo. Só gente bonita, praia, sol, curtição e biquini fio dental.
E a galera do morro, como vê essa situação?

É fácil fazer uma campanha "I love Rio" quando se é um artista da Globo (ou de qualquer outra emissora com peso relevante). Para eles, tudo está tranquilo, tudo está bem e sob controle. Mas e a vida que o povo trabalhador do Rio, do morro, da massa, pensam?
Esse pensamento "bossa-nova" à favor de uma imagem pessoal me dá vontade de vomitar.
É, dá vontade de vomitar na cara deles.

Eu não assisto TV, praticamente. Muito menos às novelas e nem sei te dizer nomes de artistas, a maioria.
Mas identifico logo um à sua imagem. E não é por isso que não possa criticar.

É assim que funciona: o Rio de Janeiro vai ser uma das cidades a abrigar a Copa de 2014. Uma imagem de violência e risco de vida não é o ideal para que o gringo sinta vontade de assistir a um jogo por aqui.
E isso não só em época dos jogos, mas o turismo em geral caiu muito. Companhias de viagens estão fazendo campanhas mil para que você vá ao Rio, que agora "está seguro".
Fui a uma das lojas da Riachuello aqui em Campinas e vi que, logo na entrada dela, há uma campanha monstruosa para o Rio de Janeiro. "I love Rio", I (coraçãozinho) Rio" e "Rio de Janeiro".

A reconstrução de uma imagem é demorada e cotínua.
Ah, e você achou que estavam fazendo isso só por raiva dos traficantes?
Rola muita grana aí. E o turismo sabe bem disso.

E me pego imaginando: Esses artistas lançam modas, estilos de vida, "ideais", consumismo e sacanagem. E tudo vira moda, tudo vende, a imagem vende e as pessoas consomem, consomem e consomem. 
Querem ficar iguais aos "atores do Rio", querem uma casa em Copacabana.
E se eles (os artistas) se preocupassem um pouco mais com a opinião política e a situação do país??
E se eles (os artistas) se movimentassem pra poder levar ao povo "menos contemplado", um pouco de conhecimento, nem que fosse um "alerta" para a sociedade?
E se o assunto da revista não fosse o vestido que tal atriz está usando, mas o que ela pensa sobre a situação real do tráfico ou da violência?

Ok, tô sonhando.

Quanto à minha segunda, e não menos importante, preocupação, para onde vão as drogas apreendidas no morro? Vão ser devidamente queimadas?
Pois no morro, se descobriu armamento do exército nas casas de traficantes. Armamento, colete, granada, fuzis... De certo, chegou lá por meio de contrabando e corrupção, estou errado?

Quero crer que continue tudo assim, "indo bem" e que as drogas do tráfico sejam realmente eliminadas para sanar um problema, pois se voltarem pro morro, nunca vai ter fim.
E será que o fim do tráfico é tão lucrativo quanto a sua presença?

Por qual motivo não interessa a liberação das drogas por parte do governo, a fim de acabar com o tráfico e com os poderes paralelos do morro e das cidades?
Certamente a guerra é lucrativa.
Seja aqui no Brasil ou não...

Pronto. Falei.


Abraços Bossa-Nova-Style

terça-feira, 23 de novembro de 2010

As curvas...

As curvas. As suas.
As curvas que te movem do chão, que te fazem correr.
As curvas que se formam no seu rosto quando sorri.
As curvas que encantam os olhos.
Há curvas para suspirar, há curvas para tocar.

Curvas, também, que a vida dá e a gente nem tem oportunidade de saber o que virá depois delas.
São aquelas que a sua mente vai, mas você fica paralisado, sem saber o que aconteceu.
Baque.
Mas depois vem outra, e outra, e muitas curvas. O mundo dando voltas.

Podem ser pra confundir. Podem ser pra atrair.
Hoje curva se conserta digitalmente.
Hoje te impõem qual curva deva ter.

E suas curvas que formam cada parte do teu corpo e te faz assim, do jeito que ele é?

E se cada curva do teu corpo falasse? O que elas diriam?
Segredos? De que tipo?

Tudo está em movimento.
Tudo gira como grandes curvas que passeiam rápidas, mas o tempo delas não é o mesmo que o seu.

Há curvas delicadas, sensuais e enérgicas.
Há curvas com as quais você não quer se deparar.
E sabe bem o porquê.

A vida acompanha esse ciclo.


Abraços flamejantes

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eu discuto Religião

Eu distuto e ponto.

Claro, com pessoas receptivas que tenham a real intenção de compartilhar informações que possam ser úteis para se chegar a "conclusões" para ambos os lados.

Eu recentemente postei no Twitter que me entristece o poder da religião como forma de opressão e caça níquel dos fiéis que julgam estar fazendo a coisa certa no momento certo. Ela me afastou vários amigos..

Acho oportuno para quem se sente a vontade de "doar-se" para a igreja, como forma de ajuda aos outros e a si mesmo. Mas o "doar dinheiro" é algo que realmente me deixa um tanto quanto revoltado de acordo com o jeito que é proposto aos fiéis.

Ok, mas peguemos na raiz da questão: A religião é algo que o homem criou. Ponto.

Se existe ou não uma divindade, esta não escreveu os livros sagrados e nem tocou em assuntos políticos ou manipulações. Se há uma divindade, esta está longe de nossa capacidade cognitiva.

No meu ponto de vista, a religião surgiu como forma de "tentar entender as razões da vida", principalmente a questão "por que nascemos e morremos?". Dito isso, assim como disse no meu primeiro post aqui do blog, você não sabe o que veio fazer aqui (alguns supõem, nada mais que isto), não sabe até quando vai ficar aqui e não te poder algum que o faça ser superior ou inferior: a morte é incontrolável.

Certo. A religião foi criada pelo homem, o qual busca razões por sua existência.
E o que acontece?

O próprio homem sabota sua raça. Ele enxerga a fragilidade sentimental do próprio ser como forma de adquirir poder. É bem simples: A partir do momento que a formação política mundial começou a designar hierarquias,  os "mais favorecidos" de conhecimento e poder aquisitivo, usaram (e usam muito) a religião como forma de domínio.

Esse domínio dura até hoje. Muda de nome, é monoteísta e temente.
Ilustram as formas religiosas como "Deus" e o "Diabo", um bom, outro ruim. Um te quer bem, outro te quer mal. Quem é quem? Quem definiu isso? Por que temos de aceitar estes termos?

Atualmente e infelizmente, as guerrar religiosas matam. E matam muito.
Qual é a real razão para que "esta ou aquela" religião seja melhor que as outras? Com que direito mata-se em nome de alguma divindade??

Ontem vi na TV que o Papa voltou atrás com a questão do uso de preservativos, com finalidade de prevenção do HIV.
Porra, agora?! Não estava claro que isso estava prejudicando a humanidade??

Entra aqui também a questão do aborto.
Eu sou a favor de que as leis para o aborto sejam legalizadas.
Não, eu não mato criancinhas. Veja bem: de acordo com o nosso "livre arbítrio", eu e você temos o total direito de ir e vir, isto é, se "fulana" não quer o filho, ela vai abortar, seja de forma legal ou ilegal.

E o aborto ilegal gera todo um esquema de corrupção e problemas na saúde pública do país.

(É o mesmo esquema das drogas, mas isso é um tema pra outro post...)

Não gosto de extremos. Não concordo totalmente com "Deus, um delírio" de Richard Dawkings, assim como acredito que a Bíblia têm lá suas verdades, as quais, interpretadas, tornam-se até fascinantes.
Mas levadas ao pé da letra, o cegam.

Tive algumas experiências bem desagradáveis com religião nos últimos anos. Talvez isso tenha me traumatizado e me obrigado a enxergar a realidade. Não há conto de fadas.

Acredito que em tudo, há energia. Cada pessoa, cada ser, possui uma, a qual se modifica conforme seu momento, conforme a situação em que você se encontra. Eu sempre gostei de ajudar os outros, todos os anos arrecado brinquedos, roupas ou alimentos para alguma instituição, por vários natais fiz doação de presentes (novos) para crianças de rua, apenas chegava, conversava um pouco e presenteava. Atualmente existe uma clínica para recuperação de drogados que um amigo administra, a qual sempre que posso, dou uma ajuda.

E isso é por mérito próprio. Não busco um lugar no céu, nem tenho medo de cair no inferno.
Eu não posso simplesmente "ser bom" por gostar de fazer o bem e nada mais que isso?

Me irrita gente que enxerga divindade em tudo.

E pra mim, a energia é isso. A energia é tudo.
Não a conheço. Não sei se é divina.

Mas cada um tem a sua, cada um transmite aquilo que é capaz, o que têm de melhor.
Naquilo em que você depositar sua energia e trabalhar arduamente, irá vingar.
Não há segredos. Não há auto-ajuda.



E olhando o tamanho do espaço, me pego pensando: "será que estamos sozinhos?"


Abraços enérgicos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Profissão: Tatuador e Amigo

Muitas vezes, me surpreendo por toda a psicologia e amizade que desenvolvi como tatuador.

Deixa eu explicar: O tatuador sempre é algo a mais que isso quando recebe um cliente.
Por dois motivos.
Primeiro que ele lida diretamente com diversas pessoas diferentes todos os dias (e isso jé é bem complexo). Segundo, porque essas pessoas trazem histórias e pedem conselhos.

Eu sou ainda mais psicólogo as vezes devido ao meu modo de trabalhar.
Atendo uma pessoa por vez e, muitas vezes, ela vai ao estúdio muitas vezes antes só pra conversar sobre o desenho ou sobre suas expectativas com o adereço novo. Nessas idas e vindas, conversas, idéias e assuntos diferentes, acabamos sentindo afinidades. Você não vai se tatuar com alguém que não lhe traz confiança ou energias positivas, certo?

Paciência é o lema para se trabalhar do meu modo. Eu não pego muitas tatuagens no mesmo dia. No máximo duas. Costumo canalizar muita energia para tudo o que eu faço e me concentro. Então, ao final de dois trabalhos parece que minha energia toda foi sugada! Preciso de umas horas pra me recompor.. Não sei se acontece com todos.

Gosto de ter tempo para sentir o que estou fazendo. Quanto a isso, nenhum cliente reclama.

E enquando tudo gira mais rápido e a tecnologia avança incrivelmente, procuro acalmar os ânimos dos apressados e trabalhar com calma. Nada precisa de pressa quando o assunto é "para sempre".

Com esse modo de trabalho, a maioria dos clientes acaba criando um laço de amizade.

Muitos que vêm se tatuar contam histórias que até emocionam. Alguns têm problemas em casa, outros tem saudades de alguém, de algo que já se perdera mundo afora... Nunca, claro, dou opiniões concretas sobre "isso ou aquilo", mas o conselho, o conforto e as horas a fio que passamos, eu pela concentração e a pessoa pela dor, acabam rendendo boas conclusões...

Na maioria dos casos, gosto de mostrar para as pessoas que a situação em que ela se encontra, seja um caso leve ou grave, nunca é a pior que possa existir. Sempre há uma solução, mas se o caso for de "chutar o balde", chutamos também!

Sem restrições. Cada pessoa que passa por aqui é única, assim como cada trabalho.


Abraços flamejantes a todos...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O amor...

Ele fitava-a disfarçadamente. Ainda que ela soubesse que estava sendo observada.
Lia a revista de forma a deixar seus lábios expostos à luz que entrava pela janela. Seus olhos corriam pelas palavras da revista que, com a habilidade naturalmente feminina, conseguia ler e observá-lo ao mesmo tempo...

Dentro da cabeça dele, uma erupção de pensamentos. A começar pela preocupação do que viria pela frente, afinal, queria ela para sempre ao seu lado. Mas como? Seu turbilhão de pensamentos pensava em responsabilidade, amor, tristeza, dor, riscos, medos, fragilidades, superstições... Mas a figura era tão doce que não parecia carregar essas coisas consigo.. Deveria ele, estar enganado, pensou...

Ela já tinha conseguido se concentrar melhor, entendia a matéria da revista mas não sabia, neste momento, onde iria parar, nem sabia mais dizer se estava pulando palavras, frases ou pontuações... Sentia-se orgulhosa, por dentro batia em seu peito sob as planícies que escondiam sua delicadeza... Havia interesse na busca pela felicidade e segurança... Mas seu coração explodia dentro de si!

Os dedos dele, que antes seguravam-na as mãos, agora deslizavam por seu rosto delicado, passando por todo ele, cabelos, boca... Os lábios dela, eboçavam um sorriso disfarçado, fingindo não entender o gesto, não entender o que acontecia, tentava se concentrar, queria se concentrar! A matéria na revista começara tão interessante mas agora já não importava mais nada...

O ponto fraco, a união inexplicada... Como se explica o inexplicável?

Deveria ele saber disso? Deveria ela entender sobre seus sentimentos?
O que são os sentimentos?
Hormônios à flor da pele? Destino? Energia? Coincidência...?

Ele ergueu-se e sentou ao seu lado. Deu-lhe um beijo no rosto, seguiu para colar os lábios aos dela...
O turbilhão de pensamentos agora era um turbilhão dez, cem, mil vezes maior..
Não havia tempo, espaço ou dimensão...

A troca de energias, calor.
O ponto de encontro, mãos.
A transmissão de pensamento, luz.

A esfera do amor... inexplicável?

sábado, 13 de novembro de 2010

O sexo...

Entendo como uma referência. Se pensar bem, não há nada (fisicamente e energeticamente)  tão complexo nessa vida no planeta Terra.

Descrevo de uma forma mais fácil de entender (ao menos pra mim):

O sexo...

Com pornografia, vende.
Com amor, transcende.
Com o corpo, lucra-se.
Com a mente, confunde-se.
Com o desejo, domina-se.
Com a paixão, descontrola-se.
Com religião, confronta-se.
Com argumentos, se contradiz.
Com poema, amor.

O sexo...

Dos versos de Tom e Vinícius a admiração poética das curvas femininas.
Do funk carioca atual, toda a libertinagem que faz jovens desentenderem de amor, e entenderem do que os é censurado.
Do rock, a sacanagem cômica ou o escracho.
Do sertanejo, a traição (infinitas).
Da emo-music, ah, esses não estão na idade ainda..

O sexo...

Não se entende.
Muito se diz.
Muito se vê.
Tudo se quer.

E você, o que quer?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Por que eu tatuo as pessoas... (e a mim mesmo)

Muita gente me pergunta porque me tatuo. Assim como algumas perguntam porque tatuo as pessoas...
O negócio é bem simples, embora não pareça: Ou você gosta de tattoos ou as odeia! Não tem alguém que goste "mais ou menos", isso é fato.

Agora vamos lá.. desde pequeno eu achava demais os "tiozões" tatuados que eu via por aí, assim como os caras de bandas famosas de rock'n'roll. Além, claro, de admirar corpos tatuados, aquilo fazendo parte do seu corpo, concorrendo com o espaço da sua pele em contraste com os desenhos.. Sem contar que quem tinha tatuagem era "perigoso" e eu achava muito interessante ser malvado. Sempre queria ser o vilão nas brincadeiras de criança..

Ok, no fim você descobre que não fica malvado por ter uma tattoo. Mas ela continua sendo legal.
O porquê de me tatuar eu realmente não sei, comecei assim que fiz 18 anos, com uma pequena, tímida. Três meses depois lá estava eu de novo no estúdio (que eu viria a trabalhar) pra fazer um novo adereço.. Daí então, não parei mais. Até porque entrei para o ramo pouco tempo depois (devem ter me acolhido pelo meu interesse mesmo..).

Eu gosto da tattoo por vários motivos. Entre eles: você não poder tirá-la do seu corpo (um fator risco), você sentir dor pra fazê-la (um fator "recompensa") e seduzir (fator satisfação). Não é seduzir para o acasalamento, mas é o seduzir-se com as próprias formas de seu corpo, moldar-se à elas como uma roupa se molda bem em você.

Deixo de lado essa paranóia de que "marco pessoas para sempre" ou de que a tattoo TEM que ter significado. Não, NÃO TEM que ter significado. Mas tem que ser algo que transcende o que você entenda. Você não escolhe o desenho que irá tatuar, você "sente" o que deve ser feito.

Gosto muito dos pensamentos do tatuador Jun Matsui, assim como seu trabalho. Ele diz que as pessoas se tatuam em dois momentos da vida: na DEPRESSÃO ou na CONCRETIZAÇÃO. Sempre.
Depois que ouvi ele dizendo isso, comecei a reparar a veracidade. Você se tatua como uma afirmação do seu EU, do seu ego, do que você representa (não estamos falando aqui de borboletas ou estrelinhas, ok??). Ainda segundo Jun, conforme as pessoas vão ficando mais ansiosas e estressadas, mais querem se auto-representar com o próprio corpo. É como você comprar algo bonito pra enfeitar a sua casa.

Por isso que eu não trabalho com os desenhos da "moda". A tattoo é algo tão pessoal, que não pode ser copiado de alguém ou de algo que esteja pronto e só. Ela envolve três coisas: expectativa, dor e resultado final (este último SEMPRE tem que ser bom, não há desculpas).

Mas o mais interessante disso tudo, é que se você gosta de tattoo, nunca vai conseguir explicar pra quem não gosta, qual é a sensação, qual é a felicidade que te dá em ter um adereço, um desenho novo no seu corpo que não vai sair mais, é eterno. Como poucas coisas na vida.

Você carrega sua própria tattoo e ela diz muito sobre você.


P.S.; Quero deixar aqui os créditos para o Robsão (Gafa Mestre), que me apoiou, me ensinou, teve paciência e me mandou desenhar MUITO (1.000 folhas que ainda estão guardadas no antigo estúdio) até sentir que eu estava pronto pra "voar" para a pele das pessoas...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu voto NULO!

Inicialmente não era a intenção expressar opinião política por aqui.. mas me vi obrigado a fazer isso!

Voto nulo, decidi. Por algumas razões pessoais que me fizeram mudar o modo de enxergar toda a "politicagem" selvagem que nos cerca, que nos pede voto e que nos trata como criança.
O voto NULO é o mesmo que votar no Tiririca. Exprime à revolta, mostra que o brasileiro está cansado e que prefere levar desta ou daquela maneira.

A "politicagem" é algo que me afeta profundamente.
Talvez por isso que eu tenha poucos amigos.. Mas BONS amigos..
O PUXASAQUISMO é quase uma tortura pra mim, me torno antipático diante de tal atitude.
Fecho a cara, não tem jeito, todo mundo percebe e eu estrago o "clima" da politicagem selvagem brasileira, que é uma sacanagem com todo mundo.

Depois que li "A Revolução dos Bichos", de George Owell, entendi muito mais sobre tudo isso, sobre toda essa sujeira. Na verdade, a política é excelente, os planos de governo, embora falidos, são também de boa compreensão e utilização pública, porém, o que estraga a política é o ser humano em posse de poder.

"O ser humano em posse de poder" resume bem o que acontece... assim como no livro, onde os animais se revoltam com os humanos e montam um próprio governo, liderado pelos porcos. Estes, ao sentirem o poder nas mãos, começas a agir como verdadeiros ditadores...

Sentir o poder nas mãos. Parece que a maioria das pessoas fica cega diante disso.
E, claro, todo um sistema político hereditário da cultura nacional faz com que o político tenha de participar de certos esquemas, ninguém é hipócrita. Mas meu voto é NULO.

Sempre prezo pela qualidade em tudo que faço, consumo e sou. A quantidade é um resultado de tudo isso, não há com que se preocupar... O problema é que reocupa-se antes com quantidade e a qualidade, ah, essa não entra nos gráficos, o pessoal quer mesmo é ver número. E sacanagem.

Não tenho nada contra quem faz política séria no país, até confio em alguns. Mas meu descontentamento é maior do que isso. E entendo que não importa a quem elejamos, nada mudará de forma concreta. Tudo que mudou até agora acredito ser recorrente ao tempo...

Agora, como politicagem pouca é bobagem, estou me candidatando à presidência para as eleições de 2014... Se você quiser votar em mim, te dou uma tatuagem.......

Daquele jeito...

No teu sexo, seja masculino ou feminino, existe o que você quer..

A curva, o jeito, a cor, o toque, a destreza das mãos. Sensibilidade é a palavra correta.
Tudo é sensibilidade e transforma energia. Teu corpo, sua mente, seu trabalho, seu erotismo..
As pessoas dão tanto valor às aparências e nenhuma ao toque.. ao sublime que há de escondido dentre seu espaço, dentre sua composição...

E não é de se espantar que você queira mais, que você queira saber, sentir e ver..
Então o que era antes em pensamento, te acelera o coração, o cérebro não pensa mais como antes, não recebe comandos racionais, apenas instintos. Não importa de onde vem, pra onde vai.. mas você sabe o que quer e quer exatamente a mesma coisa...

Tempo pra respirar..

Por um momento você até pensa, vai dizer e não diz. Melhor se calar. Nunca se sabe as palavras certas nessas horas...

E então você se deixa levar, mais uma vez...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pode ser que sim... Pode ser que não...

Em meio a tantas opressões, políticas na tv, pornografia na sua caixa de entrada do email, seu whisky esquentando no copo e sua vela pro caboclo derretendo em cima da geladeira, vc se vê de repente, sozinho...

E não adianta falarem que te fazem companhia, pq você veio pra cá sozinho. Nasce e morre com você mesmo, não tem jeito. Pode espernear, xingar, fazer dança do acasalamento ou vomitar nas pessoas. A solidão é a única forma de evolução pessoal. Você deve ter contato com outras pessoas, claro! Mas não são tão somente elas que irão te ajudar a compreender, ou tentar, um pouco dessa nossa trajetória...

Você têm inúmeros compromissos, inúmeras tarefas a cumprir, se desdobra pra ganhar dinheiro e se dedica pouco ao prazer. Essa é a história da maioria da população. E se não buscássemos nada? Isso, NADA?
Ok, além de moribundos, seríamos bem (mais) idiotas.. Mas na real, você não sabe o que busca.

Se olhar bem a fundo, a vida é uma puta sacanagem: Você não sabe o que veio fazer aqui, você tem que ralar pra se manter vivo, qualquer coisa idiota pode tirá-la de você (dá-lhe um tombo no degrau com batida de cabeça no próximo degrau da escada, por exemplo, já era..), você tem sempre que estar fingindo buscar algo, senão "nada faz sentido" e se não busca, é "eliminado" pela sociedade.

Pronto, resumi o manual da sua vida. Agora vai de vc acreditar nisso...

Esse é um dos meus textos.. só pra estrear o blog...

Tem muito mais sacanagem pela frente. Afinal, é a vida....