sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Biel, eu quero ser Jesus!

Não há como negar que uma conversa entre crianças te ensine muita coisa.
Não dá pra não perceber também algumas coisas engraçadas...

Como somos vários irmãos, e os mais novos têm 4 (Babi) e 6 anos (Biel), às vezes escutamos algumas coisas curiosas...

Neste último post de 2010, eu retrato uma cena engraçada:

As duas crianças estavam jogando "futebol" no quintal da casa quando a mais nova diz que quer ser "Jesus".
- Biel, eu quero ser Jesus!!
- Não tem "Jesus" no futebol!! - ele respondeu
- Tem sim, e você não deixa eu brincar! - começa a intriga e leve choro
- Claro que não, você não entende nada de futebol...

E assim, curiosamente, perguntamos o que esse tal de Jesus estaria fazendo em uma pelada amadora...

A resposta foi a mais sensacional de todas:
- Jesus é aquele moço que apita o jogo!!

Hahahahahahahaahah

Era pra ser "Juíz".
Mas a gente releva...

E de tantas coisas positivas, tantas pessoas interessantes que passaram no estúdio esse ano, todas elas me ensinaram alguma coisa, me trouxeram energias importantíssimas para os trabalhos saírem como esperado.

Ontem fiz minhas últimas tattoos de 2010 com a felicidade e a certeza de que dei o meu melhor e que estou um passo à frente (falo mais sobre isso no meu site www.diogotattoo.com.br).

Bora trazer histórias interessantes e novas energias para o ano de 2011, que, segundo orientais, vai ser de fartura.

Não desistam dos objetivos para o ano que está chegando!
Se quer aprender, estude.
Se quer emagrecer, persista.
Se quer um emprego novo, conquiste.
Se quer um amor, a sorte de encontrá-lo.

E a gente vai seguindo, da maneira que acredita ser a melhor..
Com a ambição natural e a vontade de crescer, mas com os pés no chão.

"Os pés, eu gosto que fiquem no cão.
Mas a cabeça... Ah, essa eu gosto que "avoe"!"


Feliz ano novo!


Abraços enérgicos.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Erva

Erva pra lavar, erva para oferenda
Erva pra aromatizar, erva pra vender na tenda
Mas cuidado com a erva que você pode comprar
Às vezes o que querem mesmo é te enganar

E se, por um engano, não for pra aromatizar
Use com moderação, senão a polícia vai te pegar
E daí, não há solução, vai ter que acatar
Ainda mais se você for meio esquisitão, é um pega-pra-capar

Mas há erva pra acalmar, um chá de cidreira ou erva doce
Faz com que liberte toda a paciência de um monge
E há ervas pra cozinhar, essas são mais fáceis de encontrar
Coloca em qualquer comida, fica chique e te julgam "chef"

A erva que enaltece o incenso, a erva pra enfeitar
Desde os primórdios era moda, não há como negar
"Erva", a mulher de "Ardão"
Comeu a maçã e desceu até o chão

Mas quem disse que foi só a maçã que lhe fez assim?
Dizem que foi erva, aromática, diga-se de passagem
Ao sentimento que se escondia, nos desejos calientes
Mas não é qualquer erva que aumenta a libido da gente

E se, por algum motivo, você não gostou
Nada posso fazer a não ser te recomendar
Um chá de ervas pra você acalmar...



Abraços do Éden.


P.S. Eu não reviso os textos, qualquer erro de português, ignore.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Descontrole!

Após aquela comilança e bebânça de festa natalina, cá estou eu a filosofar sobre o mundo...

E desta vez o tema é o "descontrole".

Entra ano, sai ano, e a gente teima em achar que está no controle de tudo.
Não conseguimos entender nossa "pequeninice" e nossa distante capacidade de entender o que julgamos saber e achamos mais fácil que andar para frente.

Acho engraçado em como a falsa sensação de "poder" que o ser humano exibe a cada atitude o leva a crer piamente que está sentando em um trono e controlando cada passo que o mundo a sua volta dá.
Achamos que os fatores da natureza são controlados facilmente, como em uma conta matemática, onde
2 + 2 = 4.

É como acreditar que pode-se interferir na morte, pode-se clonar um corpo e nele colocar a mesma vida ou que controla-se seu destino através das cartas e números.
É como congelar-se e acreditar que a vida pode voltar daqui 100, 200 anos....

Esqueça toda e qualquer discussão religiosa, espiritual ou política.
Sobre futebol então, nem ouse me perguntar. Péssima referência, péssimo torcedor.
Todos temos algum tipo de superstição, por mais besta que seja.
E elas funcionam como amuletos, tal qual os santos.

No meu ponto de vista, os santos são isso: amuletos nos quais você se apega, acredita e, devido à energia que faz girar em torno de você, consegue motivação pra correr atrás do seu objetivo e conquistá-lo.
Mas não houve nenhuma "mão santa" ou alguma força divina por trás disso.
Apesar de não podermos controlar tudo, como pensamos, dê valor para as suas conquistas.
Entenda que elas foram por merecimento próprio.

E de que adianta acharmos que entendemos de tudo e que estamos no controle, se o amanhã não conhecemos?

Aqui vai o trecho de uma música do Lenine, que eu gosto e que traduz tudo o que eu disse, praticamente:

"Solidão, no silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus, e amanheço mortal...

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro, afinal?"


Descubra o que você procura.
Encontre o que você deseja.
Faça o que você gosta.

Mas lembre-se: assuma o controle do seu descontrole.

Abraços descontrolados.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ah, Noel.. Da cá um abraço!

Esse Papai Noel é uma figura...
Sempre imagino que ele deva ter uma Harley Davidson e que deixa suas barbas esvoaçarem por aí, estrada afora.

Aliás, se ele entregasse presentes para as crianças com uma "estradeira" iria ser muito mais interessante.
Geralmente essas datas não me comovem, não me motivam tanto igual a quando eu era criança.

A mensagem que "dizem" ter sobre o natal acaba virando desculpa pra comprar mais presentes e, há muito já foi esquecida...

E quanto aos presentes?
Putz, eu nunca peço presente. Nunca mesmo.
Mas acabo ganhando alguma coisa.
Aliás, já ganhei o meu, a camiseta mais legal que eu já tive!!!

Presente de namorada... sabe como é...

Ok, nesse natal, excepcionalmente, acabei pedindo um travesseiro.
De tanto que minha mãe me encheu o saco que queria me dar alguma coisa.
Bom demais...
O meu antigo assemelha-se com uma folha sulfite tamanho A4...

Mas Natal tem que ter comida boa, e não pode ser esquentada no microondas, claro.
Ai a comoção é geral, me comovo inteiro.
Nem aguento de tanta comoção.
Meus olhos lacrimejam e meu estômago clama.

E você pode forrar o danado com uisque.
Aí já era e as coisas fluem como nunca...

Mas caso você tenha um olho maior que a sua barriga, pode mandar aquele Sonrisal ou Pós Drink após o jantar. E o Engov antes de começar.

Cuidado com o peru e ria à vontade.

É assim que tem que ser...

Um ótimo natal a todos aqueles que comemoram porque é legal ou que comemoram por motivo religioso ou só quer mesmo é ganhar presente, beber e comer a noite toda.

Semana que vem a energia é total.




E que o bom velinho te traga felicidade, saúde, energia e proteção.
Além de um bom vinil de ROCK'N'ROLL!!!!!!!!


Abraços Jingle Bell.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Entre o microondas e a passagem do ano

Agora, 00:29hs, acabei o último trabalho do dia faz meia hora.
E estou aqui, exausto mas feliz.

Feliz por encontrar pessoas tão interessantes ao longo do dia, e dispostas para uma boa conversa durante as sessões de dor.


É, tatuagem dói. Mas vale a dor.

O pão esquenta na frigideira.
Me lembro da minha fobia por microondas.
Eu não gosto. Eu não uso.
Mas tenho, ganhei de um amigo.

Acho, na verdade, uma desgraça.
Qualquer coisa que você coloca lá, parece que esquentou do além.
Gosto do sabor da panela no fogão, mesmo que seja pra torrar o pão de forma.
É praticamente uma invenção alienígena. Minha mãe gosta.
Mas acha que qualquer coisa que estiver próximo ao pequeno forno pode explodir.
Lendas urbanas... acho. Eu não uso, então não vou me arriscar dizendo pra você usar.

Cuidado.

Tirando os mil botões que o microondas têm, hoje ouvi mil causos.
A exaustão que me toma o ombro e a mão é quase um prazer.
Prazer de missão cumprida.
De mais um ciclo chegando ao fim e você ter a certeza de que deu o seu melhor.

Ouvi causos engraçados.
Entre eles, eu mesmo contei um meu.
Não aguentamos de risada. Qualquer dia conto aqui.

A manteiga derrete no meu pão de forma e a chuva aperta lá fora.
O sono provavelmente vai demorar pra chegar, mas o que importa?

A passagem do ano vem chegando e, apesar de eu ser bem desligado para a relação "tempo-data", sinto que o ciclo de 365 dias é importante.
É hora de você entender que o tempo pode ser um aliado.
Se fez mal neste ano, pode melhorar no outro.
Se fez bem, faça mais no ano seguinte.

Os anos e datas definem a chegada de nossos objetivos.
Temos que ter visões para o futuro, ambições e idealizações.
O que nos move é o desejo.

Isso, o combustível do corpo é o desejo.
O combustível da alma, se esta existir, é a realização.

Você usa o corpo como veículo pra chegar lá.

É algo quase que automático, mas transcendental.
Estou sentado aqui na cozinha e sinto isso

Emocionado.

E cada dia que acaba, você tem que sentir que a missão está cumprida.
Se não, que ao menos esteja a caminho de se cumprir. 
Que se está um passo adiante.

Mas nunca, nunca mesmo, esquente a sua comida no microondas.



Abraços e felicidades.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Perca peso!

Eu sempre fui uma criança gorda.
Bem gorda.

Não parece e ninguém que me conheceu depois dos 16, 17 anos acredita.
E eu não vou ficar colocando fotos escrotas de antes e depois para encher os olhos de vocês, de medo ou de motivação, que seja.

Como vocês sabem ou podem imaginar, uma criança gorda sofre desde cedo com preconceito. Para as crianças, não há perdão. Se você é diferente por alguma razão, ou tem alguma "dificuldade" física ou mental, eles irão te apontar isso na cara. E não há nada a se fazer.

Ou você entra na brincadeira, ou se revolta, ou muda, se possível for essa mudança.

Como minha família achava que me alimentava mal, dá-lhe comida.
E a minha ansiedade juvenil, que se estendeu aos dias de hoje, colaborava.

O preconceito puro e toda a exclusão que você carrega por um simples e imbecil fato de ser diferente me tornou alguém muito mais forte. Na solidão eu me fiz e é nela que hoje me concentro e faço os melhores trabalhos que eu posso, é de onde surgem as melhores idéias.

No meu isolamento, por exemplo, eu aprendi a tocar vários instrumentos e comecei a escrever.
O desenho viria mais tarde na minha vida..

Mas só fui tomar coragem mesmo pra mudar aos meus 14, 15 anos. Foi quando comecei a virar o jogo.

No começo, é como você ser um sedentário por 40 anos e começar a treinar para uma maratona de triatlon.
Você sofre muito para se dedicar, e precisa aceitar isso se quiser "pegar" alguém nessa idade.
Dá-lhe academia, dieta e paciência. Puta coisa chata. Mas eu me adaptei.

Virar o jogo nessa situação acho que foi minha segunda maior conquista.
A primeira foi me apresentar com música.
Às vezes com piano, com o violão ou a batera.

E assim foi até que, hoje, tenho o mesmo peso que eu tinha em 1999.
Ou seja, o peso de um adulto em uma criança. Era foda.

Mas o engraçado de tudo isso é que quando você cresce, carrega todos os traumas e alegrias com você.
Eu, por burrice, deixo de comer várias coisas ainda hoje. Parece que ficou na minha cabeça uma época da qual eu não quero lembrar, talvez seja pra sempre.

E talvez pelo mesmo motivo, amor e ódio sempre foram tão cúmplices no meu coração.

Há épocas em que o amor permeia meu coração e dá o ar da graça. Tempos de piadas, textos engraçados, músicas esdrúxulas, porralouquice.
E há tempos em que o ódio toma conta dele. São tempos estranhos, de não aceitação própria ou de nada.

Mas em ambos, me inspiram arte.
A minha arte lida bem com os dois amigos e eu sinto que são grandes companheiros.
Cada trabalho se adequa ao perfil certo, ao momento.

E eu acho que toda experiência é válida.

Mas por que raios eu digo isso? Por experiência própria?
Pra realçar minha superação?

Não. Mas pra mostrar que somos capazes de fazer qualquer coisa em que nos dedicarmos e que os momentos ruins nos fazem fortes e dão o apoio necessário para evoluirmos.

Muita gente que tirou sarro do meu "peso-extra", hoje não vai nada bem.
Será que eu dou risada?

Ah, vou mesmo é comer e babar como criança. Na cara deles.
Pra não perder o costume...


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Uma boa conversa

Eu gosto de uma boa conversa.
Seja com quem eu conheço ou não.

É engraçado, acho que eu tenho cara de "boa conversa".
O número de desconhecidos que vem falar comigo em filas de espera, banco, médico, padaria, academia e outros vários lugares (imagináveis ou não), é grande. E na maioria das vezes o assunto não é tatuagem.

Acho interessante.

Conheci histórias, vidas e casos diversos, a conversa flui naturalmente e parecemos antigos conhecidos.
Hoje, por exemplo, logo cedo fui ao médico por causa das dores na mão direita. Acho que o excesso de tattoos de fim de ano, desenhos e alguns abusos na academia (complexo de Shuazeneger) por meses consecutivos me fizeram ter problemas.

Mas enfim, novamente fui abordado por uma senhora, que sentou do meu lado.

Fiquei sabendo que era sua segunda vez ali, que antes havia tratado outro problema com fisioterapia.
Ela me disse também que não achava vaga pra parar o carro. De repente saiu. Voltou dizendo que conseguiu a tal vaga. Perguntou o nome do médico que ia me consultar, eu disse.
Fiquei sabendo que ele era bom e que tinha tratado dela antes, mas que ela sempre se esquecia do nome do doutor. Me falou que seu problema era de tanto escrever (e acabei não conseguindo perguntar se era escritora") mas que, mesmo aposentada, ia continuar trabalhando para não ficar em casa vendo televisão (descobri que tínhamos a mesma fobia de TV).

Apito de senha. Hora dela partir para mais uma sessão de fisioterapia. Uma rápida despedida. Talvez nunca mais a veja... Mas ela deixou ali alguma mensagem, alguma coisa que eu pudesse absorver, por mais simples que seja.

Entre outras pessoas que me abordam, a conversa geralmente é breve, mas os assuntos são muitos. Já fiquei sabendo dores e alegrias da vida...
São sempre uma inspiração, para criar, desenhar, escrever, compor, enfim, para a vida.
Essa senhora de hoje me inspirou a escrever em plena luz do dia, antes de começar os trabalhos desta sexta...

A cada conversa, uma experiência. Cada experiência, uma forma nova ou diferente de enxergar o que você antes já podia não dar tanta atenção. É por isso que não uso fones de ouvido.

Aliás, quando sair de casa da próxima vez, por que não deixar os fones de ouvido guardados?
Você pode se surpreender com a vida...

E mesmo que você vá trabalhar amanhã, como eu, um fim de semana cheio de satisfação.

Abraços tatuados para aqueles que gostam de uma boa conversa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Muy Sensual

- Olá, Mr. Jones.
- Olá, Sta. Doralice...

(longa pausa)

- Passeando?
- Não, não, a trabalho mesmo.. Vim aqui para o bar pra ver se eu descanso um pouco..
- Quer uma massagem?
- Como assim, Dora, e o Agenor? Não ia gostar disso...
- Me separei.. ele não prestava. Como a maioria - disse dando uma tragada longa no cigarro e apoiando a mão livre em seu ombro direito.

- Me vê mais duas doses, por favor.

Whiskey rolando solto. Com um pouco de guaraná.
Só um pouco, que é pra não perder o efeito alucinógeno.

- E você, Dora, o que faz aqui? - disse Jones tentando fumar, mas lembrando-se que há muito não tragava. Tossiu ridículamente.
- Ah, eu ando estudando, artes..
- Artes?? Não me lembro de te ouvir falar de "artes" uma só vez na vida!! Só fazia arte, da boa... Mas nunca levou jeito para o mundo artíscico.. o que te fez estudar isso, mulher?
- A vida, Jones... A vida!

As formas iam se formando em curvas.
Qualquer forma virava uma curva feminina para Jones...
Ah, Jones... Mal sabia ele que não era só mais uma bebericada ou uma tragada...

Começou uma música "para casal". Jones tirou Dora pra dançar.
Mais bambeou que dançou. Se entregou, literalmente, aos braços de "Dorinha", a menina do beijo na moita...
Por muito tempo Jones ficou com ela na cabeça, mas a vida o fizera esquece-la.

Mas isso não vem ao caso.
Jones enxergava em 3D, Dora não ficava para trás.

A conta.
O pedido da conta é crucial.
"Fechou, pagou, catou", pensou Jones.. (com o resto de cérebro funcionando, que lhe permitia alguns cálculos, mas sem abusar).

Um passo pra lá, outro pra cá. Trançando iam se ajudando.
No elevador-moita, já se entendia o que ia acontecer dali em diante.
Beijos, amassos, marcas de batom pelo elevador inteiro.

E o apartamento era no 12º andar, pra ajudar...
O elevador tocava Bob Marley (o que não fazia um clima muito romântico, nem sensual).

A entrada foi triunfal, se filmassem, Hollywood compraria.
Tudo para o ar.
Pernas, braços, gravata, vestido, sapato, relógio e a pulsação.

Nunca um momento de "silêncio" fora tão bem apreciado.
Eram artistas de cinema, eram eles mesmos.

A selvageria confundia-se com a saudade, os primos Dora e Jones...
Tiravam o atraso de anos....

E foi assim a noite toda.....

Logo cedo, o efeito do álcool parecia ter sumido de vez da cabeça de Dora.
Levantou-se da cama, abriu a bolsa.
Jones dormia e babava. Ah, e roncava pra cacete...

Tirou de lá sua dose, matou a vontade.
Tirou também o revólver, caminhou em direção ao banheiro.
Foi se olhar. Chorou, como criança, chorou...

Era como se nunca tivesse visto aquele rosto antes, era como se nunca houvesse "pecado" em sua mente.
Se é que eles existem...

Do revólver, a dúvida.
Da dúvida, a solidão.
Da solidão, o basta.

Já não sabia mais quem era, a palpitação a arrasava o coração e não sabia se deveria ou não.
Caminhou até Jones. Em passos lentos.
Mirou. Para ele.
Para ela mesma.

Guardou a arma.

Voltou a se deitar.

É, talvez fosse a melhor escolha...
Ah, essa Dora....


Abraços poéticos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Qual é o seu preço?

Cada vez mais que conheço o ser humano, mais me arrepio.
De emoção, de alegria...
Mas infelizmente, em grande parte dos casos, de agonia.

Eu vejo tanta gente reclamando da política, dos políticos, que o país não vai pra frente e que "é tudo ladrão" e querem que a gente se f#@*!

Mas e a sua parte?
Até que ponto você não é corruptível?
Qual é o seu preço ou por quanto você fica calado?

Dizem que todos te um.
O meu não é pouco, me desculpe se decepcionei.

Mas ando vendo tanta coisa errada no mundo e nas pessoas, tanta sujeira, tanta gente que "diz que diz" e não faz nada pra melhorar.
Comecei um projeto de não falar mal dos outros, principalmente na ausência dos mesmos.
Esse projeto foi difícil no começo, hoje flui melhor, mas não remôo as coisas, quando precisa eu falo.

Só nessa semana vi vários casos "corruptíveis" que me deixaram sem reação e me trouxeram decepção com diversas pessoas..

Primeiramente, a corrupção dos policiais, acabam nos forçando a "fazer você mesmo a sua segurança" ou "pague pra se livrar de algo que cometeu". Você paga?

Todos sabem que os estacionamentos de semi-novos alteram a quilometragem dos carros, mas tiram seu dinheiro quando ele entra. Todo mundo sabe, todo mundo vivencia isso. Mas não há provas..

E as pessoas que compram diploma ou certificado, passam na frente dos mais capacitados, dos que "deram seu sangue" para estar ali fazendo aquilo tudo valer. Que profissionais estão saindo por aí? Você confia nos profissionais da sua geração?

Você joga lixo na rua e reclama por seus direitos? Ou teme que o aquecimento global estoure seus miolos?

Se você sai, bêbado da balada, atropela um trabalhador e foge (a mandado de seu pai, ao telefone, pois ele tem dinheiro, é influente e isso será facilmente resolvido), vai reivindicar seus direitos pra quem, se um ente querido morrer da mesma forma?


Você me paga, eu finjo que não vi nada, ok??
Você tira vantagem, meu dinheiro e eu encaro numa boa, ok??
Você passa na frente das pessoas por ter mais dinheiro, ok??
Você atropela e tira a vida de alguém e foge, ok??
Ok é o cacete.

Se você concorda calado e pratica alguma dessas coisas, é CUMPLICE, é OMISSO.
E o pior, HIPÓCRITA.

O país não vai pra frente mesmo, nem merece.

E na classe artística?? Ajuda ou SUSTENTA essa palhaçada?

Lembram da campanha do Rio de Janeiro??
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília fez um excelente texto sobre isso:
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/eu-ajudei-a-destruir-o-rio

Vou na mesma onda de Sylvio e vos peço, caso admitam serem omissos e corruptíveis:
Façam um adesivo e colem em seus carros:

"Eu ajudo a destruir o Brasil!!!!"

NÃO SE OMITAM.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Reality Show

Se você já leu o texto sobre o Rio de Janeiro, vai entender melhor a frase "quero vomitar na cara deles".

Putz, eu faço de tudo pra não parecer "chato" ou "quadrado", mas paciência tem limite. E o limite é menor quando o assunto é "Reality Show".
Tenho amigos que gostam (alguns assumem, outros não, mas são amigos mesmo assim) e os que não gostam, isso não faz deles pessoas horríveis, ok?

Mas daí até o ponto em que EU tenha que gostar, existe um espaço de anos-luz.

Eu hj de manhã vi no Uol a saída de uma integrante do "A Fazenda", que passa na Record.
Deprimente. Não é uma crítica a ela, a tal da Janaína que saiu, mas uma crítica ao "sistema" desse e de todos os outros programas de reality.

Quando fiquei sabendo que o Tico Santa Cruz, polêmico que só, estaria no reality da Record, achei que pudesse ser interessante e que veria muita treta na tv. Realmente, nos vídeos que eu acompanhei no YouTube, achei SENSACIONAL o "Judaix" e o "Seu mérrrda". Queria ver é pancadaria.
Mas tanto ele quanto o JUDAIX, se saíssem na porrada, perderíam o jogo, pelo que entendi.

Logo após isso, vi na net que ele, o Tico, tinha sido eliminado. Aí lembrei que o malandragem pura Sérgio
Malandro estava lá tbm e que havia reinventado o modo de se usar uma esteira, alegria pura ao fazer exercícios. Mas foi eliminado. CADÊ A GRAÇA ENTÃO???

Continuo entendendo como funciona a cabeça do telespectador de reality brasileiro (não é uma crítica aos brasileiros, mas é por eu conhecer pessoas daqui, e não de outro país). Basicamente se dividem entre os que gostam da vida alheia de desconhecidos, os que gostam da vida alheia de famosos, os que gostam de bundas grandes e os que gostam de tretinhas por bobagens.

Eu assisti e acompanhei o primeiro BBB que saiu na Globo.
Diria que, pelo fato de um Campineiro ter ganhado, achei legalzinho.
Além disso, teve aquela boneca feita de reciclagem, se não me engano, chamava "Maria Eugênia".
Ok, mas daí pra fazer isso por 11 anos consecutivos? É muito ócio. E nada criativo.

Confesso que não acredito no "acaso" dos ganhadores e nem no voto a júri popular, mas daí até eu provar, não existe nenhum argumento válido.

Mas quer saber o que incomoda mais mesmo? É o fato de esses programas não significarem NADA, NADA mesmo. Os caras não tem que fazer nenhum esforcinho pra se manter lá (é por isso que eu gostei das edições do "No Limite"), as provinhas são ridículas e as tretas são insignificantes.

Se é pra tretar, "rebenta" e solta o verbo. Oras.

Eu me sinto assim ao assistir um reality show, hoje: não me acrescenta nada, eu perco meu tempo, os caras que "guiam o programa (tipo Pedro Bial) tratam os telespectadores como babacas (e os participantes também), os artistas que saem de lá (tirando a Grazzi Massafera, que se tornou uma atriz INCRÍVEL, além de ser um rostinho lindo na tv) ficam taxados de "ex-bbb" e vão, tristemente a festas e badalações a fim de serem reconhecidos, até caírem no esquecimento e o pior de tudo, eu não estou ganhando nada e nem concorrendo ao prêmio principal. Pode?

Ah, e eu nem vou falar de quem compra Payperview pra ficar acompanhando todos os detalhes, senão eu xingo.


Desabafo.

Quem vai encarar mais um BBB?
Eu não.

Abraços tatuados.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Querer bem

Sempre observo as pessoas, suas reações e o jeito como lidam com suas situações diversas.

Ontem fui ao shopping, que por sinal já mostra sua explosão natalina, e o movimento dos carros no estacionamento me fez pensar.

Eu estava esperando a passagem para poder entrar na fila que ia em direção à cancela de saída. Os dois primeiros carros viraram praticamente um só, colando-se e bloqueando minha passagem. Ok, acho isso coisa de gente babaca pra kct, assim como quem coloca aquele som que dá pra ouvir há 10km de distância e o imbecil fica surdo lá dentro, achando que tá legal (e parece que é regra, se você tem um som desses, a música que sair dele TEM que ser ruim, observe)... mas vamos lá.

(Prometi pra mim mesmo que nesse ano não iria mais me estressar com coisas pequenas. Deu certo. 2010 eu passei por várias situações numa boa, mas ainda há muito a ser trabalhado)

Não sou monge. O carro seguinte me deu passagem.
Sempre que acontece isso, faço questão de agradecer. Dou uma buzinada, aceno ou sei lá o que.

Mas por que raios eu tô falando tudo isso??

Pelo simples fato de, no trânsito, você perceber como nos tornamos hoje.
Não há, parece, mais o "querer bem", o "compartilhar".
E quando aparece alguém solicito que se prontifica a te ajudar, parece interesse.
Pode observar que sempre tem alguém tentando tirar vantagem, ultrapassando por onde não pode, cortando aqui e ali e o pior: batendo, atropelando e FUGINDO depois.

Mas foi incrível ontem no estacionamento, entenda porque:

Depois que me deram passagem, eu dei passagem para o próximo carro, que deu passagem para o que estava na sua frente e assim seguiu, como uma onda de passagens até o fim da cancela.
TODOS os carros a minha frente deram passagem para quem precisava entrar na fila.
(tirando os malandragens que colaram seus carros pra não me deixar passar).

Parece inútil o que eu to falando.

Mas se você for ver, é tudo uma questão de EXEMPLO.

Se você quer ser bem tratado, está tratando bem?
É como um jogo. Mas não de interesses.

Recentemente vi na internet um vídeo, que pode sintetizar tudo isso que eu disse: Você transmite aos outros o que reflete em você. Pode ser um sorriso. Já basta.


http://www.youtube.com/watch?v=-Hc1kFvUTT4


E eu estou muito calmo, ultimamente, obrigado.
Abraços e sorrisos de cancela de shopping.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ah, Marylin, pára com isso....

Em um domingo qualquer...







Um ótimo final de semana...
...pra todos aqueles que acreditam que a vida pode ser muito mais divertida...


Abraços Tatuados