sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Uma boa conversa

Eu gosto de uma boa conversa.
Seja com quem eu conheço ou não.

É engraçado, acho que eu tenho cara de "boa conversa".
O número de desconhecidos que vem falar comigo em filas de espera, banco, médico, padaria, academia e outros vários lugares (imagináveis ou não), é grande. E na maioria das vezes o assunto não é tatuagem.

Acho interessante.

Conheci histórias, vidas e casos diversos, a conversa flui naturalmente e parecemos antigos conhecidos.
Hoje, por exemplo, logo cedo fui ao médico por causa das dores na mão direita. Acho que o excesso de tattoos de fim de ano, desenhos e alguns abusos na academia (complexo de Shuazeneger) por meses consecutivos me fizeram ter problemas.

Mas enfim, novamente fui abordado por uma senhora, que sentou do meu lado.

Fiquei sabendo que era sua segunda vez ali, que antes havia tratado outro problema com fisioterapia.
Ela me disse também que não achava vaga pra parar o carro. De repente saiu. Voltou dizendo que conseguiu a tal vaga. Perguntou o nome do médico que ia me consultar, eu disse.
Fiquei sabendo que ele era bom e que tinha tratado dela antes, mas que ela sempre se esquecia do nome do doutor. Me falou que seu problema era de tanto escrever (e acabei não conseguindo perguntar se era escritora") mas que, mesmo aposentada, ia continuar trabalhando para não ficar em casa vendo televisão (descobri que tínhamos a mesma fobia de TV).

Apito de senha. Hora dela partir para mais uma sessão de fisioterapia. Uma rápida despedida. Talvez nunca mais a veja... Mas ela deixou ali alguma mensagem, alguma coisa que eu pudesse absorver, por mais simples que seja.

Entre outras pessoas que me abordam, a conversa geralmente é breve, mas os assuntos são muitos. Já fiquei sabendo dores e alegrias da vida...
São sempre uma inspiração, para criar, desenhar, escrever, compor, enfim, para a vida.
Essa senhora de hoje me inspirou a escrever em plena luz do dia, antes de começar os trabalhos desta sexta...

A cada conversa, uma experiência. Cada experiência, uma forma nova ou diferente de enxergar o que você antes já podia não dar tanta atenção. É por isso que não uso fones de ouvido.

Aliás, quando sair de casa da próxima vez, por que não deixar os fones de ouvido guardados?
Você pode se surpreender com a vida...

E mesmo que você vá trabalhar amanhã, como eu, um fim de semana cheio de satisfação.

Abraços tatuados para aqueles que gostam de uma boa conversa.