quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quem buliu aí?

Ao mais desavisado a mão boba veio de forma significante por trás do pescoço, vulgo cangote...
Aos pés do anfitrião, sabia satisfazer aquela história toda de impressionar e fazer-se gostar, era ótima nisso e causava desconforto nas amigas que ainda engatinhavam no assunto.
Mas as reuniões casuais estavam cada vez mais frequentes e eles sabiam que aquilo não podia dar em amor, relacionamento e pessoalidades... Estava frio lá fora, lá dentro não possuía aquecedor, mas era impossível a temperatura ser menor do que vinte e oito graus.
Começou em uma brincadeira, quando chamaram para participar de uma rodada de tequila sem compromissos.. talvez um carteado, nada mais. Dali para o salto excêntrico de despir-se em público e realizar-se em lugares estranhos era uma longa caminhada.. mas chegou o dia.
Justo naquele dia em que o mais desavisado bebeu o que não devia, somado ao que não estava satisfeito com a sua vida e seus amores...
Quando menos esperaram, a festa da tequila virou a festa de outras tequilas e temperos.. temperos obscuros, intuitivos e reservados.
Como uma terapia, só que o psicólogo era os hormônios e o desafio. Quando desafia-se alguém, tome sempre cuidado para com quem está lidando.
E dali em diante foi assim.. às quartas geralmente, traziam as garrafas, os filmes, as luzes, os aparatos.. entre uma e outra semana, engravatados, despidos, casuais, ricos, médios, gordos e magros frequentavam a casa de família. Ao menos era de família quando a mesma se encontrava, e não quando somente a filha estava aguardando alguns amigos..
Mas claro que o ser humano é algo tão complexo quanto o seu entendimento sobre si mesmo...
Um dia, o que era erotismo caminhou para o pessoal.. um não gostou do que viu com a mulher de não sei quem, que conhecia a prima de quem buliu... e o caos estabeleceu a confusão.
Uma garrafada na cabeça do homem nu, estilhaços na moça nua, começa uma briga de gente estranhamente nua e desamparada.
A menina pensa em conservar os móveis e gritava, nua, para que parassem com aquilo se não ela chamaria a polícia. Claro que não adiantou. O pau comeu.
Ou melhor, não comeu.
Garrafas, cadeiras, vidro e o policial que ali estava, apalpou a pseudo-calça para pegar o seu três oitão mas  deu-se conta que o mesmo estava no banheiro, junto com sua farda que era devidamente passada por sua mulher todas as manhãs. Pobre mulher...
As mulheres correram para o banheiro. Nenhuma estava com celular por um motivo óbvio de não ter onde guardar.. ou ter, mas enfim..
Inexplicavelmente o silêncio rompe as barreiras dos safadinhos.
O que teria acontecido?

As moças nuas e apreensivas saem do banheiro e caminham calmamente até a sala onde antes, acontecia o apocalipse.
A cena era das mais tragicômicas possível, um peladão falava ao celular e todos os outros empunhando garrafas e cadeiras, entre os desmaiados e os que paravam em pé, olhavam-no com expectativa...

- Oi amor! Sim, estou na empresa ainda.. mas já estou indo pra casa. O que eu quero de janta? Oh, querida, não se preocupe, assim que chegar conversamos!

Desligou o celular.
O couro voltou a comer... as mulheres ao banheiro.
Ah, esses cúmplices safadinhos...