quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um pouco só de sacanagem (parte 2)

Quinze pra uma, era hora de desligar a TV..
Mas que TV? No sítio não se leva um televisor.. só para os fracos.
Isso mesmo, quinze pra uma.. talvez dez..
Quando só corujas emitiam algum som nas proximidades, nada de vento, a janela aberta..

Qualquer cenário imaginário poderia substituir tais coisas, quaisquer pensamentos tortos..
Porque tortos, eles são.
Não somente os pensamentos.
Sentia o toque, era verão...
O toque do tempo, do mormaço que era encoberto pelos ares frescos da mata ao redor.
Um banco de madeira, as luzes à lampião...

Pode-se sentir ou tentar resgatar todas as imagens turvas dos sentidos, recuperando-se o fôlego, inutilmente, melhor deixar estar, passar, pegar, entender ou não, estender a mão...
Os toques ao alto desenvolvem para os mais inimagináveis, escondidos...
Pra que resguardar-se em um só ângulo se você pode ser tão bem mais interessante de todas as outras formas que tens?

Não limitou-se aos fatos antes descritos.. talvez por isso tivesse dado tão certo..
Talvez por isso lembrava-se de cada fragmento daquela noite.. ou dia, ou tarde..
Isso funciona como os tais "ângulos", pra que limitar-se ao tempo ou espaço, se há tantos deles em momentos inexplicáveis ou diferentes?
O "aqui e agora" já basta para um fim daqueles...

O toque dos lábios que dizem para as curvas.
Ou as curvas que dizem para os lábios..
Realmente difícil dizer ou decifrar..
Mais fácil, talvez, tentar fazer, arriscar, tornar possível um pensamento guardado..

Não que estivesse, assim, tão guardado nas profundezas da memória..
Nem precisava ir tão longe...
Longe, aliás, nunca devia existir... não ali..
Quem sabe...