A gente evolui na tecnologia, na escrita, nos foguetes e nas roupas.
Mas a caretice é inversamente proporcional a isso.
Já parou pra pensar que estamos cada vez mais caretas e conformistas?
É, conformismo.
Acho que é a palavra que aproxima-se mais dessa caretice toda.
Não me refiro somente à relação com as drogas, bebidas, aborto ou religião.
Aliás, acho que fazer apologias às drogas é tão maléfico quanto a da religião.
Mas ainda não é o ponto.
Quando eu falo de caretice, me refiro à falta de ideais que antes existiam, ou fingiam existir.
Antes se movimentavam contra ou à favor de algo, pensava-se revolucionariamente.
E hoje parecemos todos babões, consumistas, prepotentes e cumulativos.
Não viajo, nem vou muito longe nesse pensamento.
É óbvio que as coisas não vão voltar a ser como antes, a busca por ideais se mistura com a vontade de "ter".
É sempre ter, ter, ter...
Eu tenho
Tu tens
Ele tem
Nós temos
Vós tendes
Eles têm
Acho que é a frase mais usada hoje: "Eu tenho".
Interesses próprios a qualquer custo.
E toda essa caretice acaba atingindo alguns relacionamentos: as pessoas tendem a achar-se donas das outras.
Não é uma crítica ao Brasil. É geral.
Mas como vivo aqui, me refiro às minhas experiências, ao que vivencio diariamente.
Ao mesmo tempo que critico a caretice, não tenho nada a vos oferecer para mudar esse quadro.
Acabo entrando no esquema, sem aliados...
Protestos, então? O que é isso??
Até tiraram essa palavra do dicionário depois da nova reforma ortográfica.
A qual, aliás, eu nem sei as novas regras.
Na área artística então, nem se fala.
Sertanejo Universitário??? Happy Rock??
Acho que esse sertanejo nunca vai ver uma pós-graduação.
Lixo.
E me diz quantas bandas hoje vão revolucionar seus tímpanos?
Terão próximos "Rolling Stones", "Elvis" ou "Beatles"?
Só se essa indústria fonográfica do cacete surtar.
E continuo insistindo no pensamento: você critica quem tem poder, mas se tivesse tanto quanto, como reagiria? O que faria?
Abraços caretas.