Depois da movimentação agitada do dia tenso, do passeio, da ladeira. Corpo fechado, braços abertos pra receber os pensamentos soltos com os quais utilizo uma das minhas melhores armas: as letras. Escrevo de improviso, te desafio a pensar diferente. Quero que você pensa diferente. Imagine, proponha, duvide.
Me livro dos dogmas e regras, não me enquadro nelas. Tomo banho de sal grosso, acredito e desacredito. Questiono os teus deuses, defendo os meus. Escuto sons que talvez não existam. Mas estão próximos. Fico pensando se você continua lendo.. e por qual motivo. Fico imaginando se vai seguir até o final.. Não sei da tua cor, da tua vida.
Relaxo, faço o que gosto. Se não gosto, não faço e ponto. E se a vida for só essa? Ninguém, além de mim, garante o meu amanhã. Faço com gosto. Faço com tesão. Sei das minhas limitações e luto diariamente para quebrá-las. Quebro tudo quando for preciso, abraço o mundo quando o tamanho dos braços é o suficiente. Sem viver de aparência, sem fachada.
Fico puto, mas não fecho os olhos para o que não quero ver. Enxergo, pra poder falar. Olho nos olhos, vejo detalhes. Os seus, os meus. Cada um tem tanto pra oferecer mas talvez não saiba aproveitar. Cabe a quem tem coragem, mostrar pra que veio no mundo. Sem missão, fazer o bem por gostar e não porque vai ser punido caso contrário.
Corto a barra da minha roupa, não gosto de muita cor. Fico vestido, por vezes pelado. O que importa é o sentimento livre. O que importa é não padronizar. Não padronizo nada, não prometo o que não vou cumprir. E até, por vezes, posso prometer e depois desistir. Sou igual a você.
Fortaleço esse nosso laço através das letras. Te agradeço, te perdoo, sinto que há muito mais que posso fazer. E só pego no sono em dias em que tenho a clara certeza de ter dado o meu melhor e ter feito tudo o que eu desejei quando acordei, horas antes. Caso contrário, vou ficar me perguntando o porquê de não ter feito.
Se eu não concordar contigo, vou contestar. Quero testar até onde você vai pelo que prega. Quero saber porque concorda comigo, não só o contrário. Quero escutar você gritar, exorcizar os seus demônios internos. que são piores do que os externos, pode ter certeza.
Me preocupo em exorcizar os meus. Medito, creio, descreio, não me acomodo. Mas também amo. Intensamente. Continuo crendo que o amor é a única saída digna pra humanidade. A única palavra que fala todas as línguas, o único sentimento que é capaz de criar e destruir.
Fico por aqui. Ou talvez por aí.
Olha pro lado.